A história do
confronto entre o gigante Golias e o pequenino pastor Davi é uma daquelas que
aprendemos desde criança nas classes de Escola Bíblica e que por diversos
caminhos se tornaram conhecidas e citadas até fora de círculos cristãos e
religiosos – ela está descrita em 1Sm 17.
Sua leitura,
porém, sempre pode trazer novas lições para a nossa vida. E se compreendermos a história como um modelo
de batalha espiritual, então realmente teremos muito que aprender. Por isso proponho aqui voltar os olhos para
ela e buscar descobrir o segredo da vitória do menino Davi.
O verso 20
diz: levantando-se de madrugada... Aqui
está o primeiro segredo da vitória de Davi.
Tudo começa numa madrugada quando ele se levantou e entrou na
história. Quando entro na história pelas
madrugadas, posso lograr os mesmos êxitos.
Mas sabe o que mais a madrugada de Davi ensina?
–
Obediência. Jessé tinha instruído a Davi para que
ele fosse ao acampamento de guerra levar provisões para seus irmãos e em
obediência o caçula levantou-se de madrugada.
A madrugada do cristão tem que ser fruto de uma vida obediente ao
Senhor. Em Lc 5:5 os discípulos,
resignados, lançaram as redes apenas por que Jesus havia ordenado; e elas se
encheram de peixes.
–
Antecipação. Antes de saber o que aconteceria na frente de
batalha, Davi se levantou de madrugada.
Se tenho uma luta a travar, preciso antes de enfrentá-la estar de pé nas
madrugadas. A instrução em Ef 6:11 é
para estarmos alerta para quando a cilada me for lançada, de antemão já possa
resistir.
–
Preparação. Davi saiu logo cedo, mas deixou um
outro pastor tomando contas das ovelhas de seu pai. A busca pelo Senhor nas madrugadas não é
desculpa para o relaxamento e a irresponsabilidade. Na parábola contada em Mt 25:1-13 Jesus conta
que cinco entre as virgens se prepararam antecipadamente e foram recompensadas.
Como Davi,
quando o crente se levanta de madrugada ele se prepara adequadamente diante do
Senhor para a batalha espiritual que deverá enfrentar, e a vitória é certa.
Mas a história
não se encerra na madrugada. A luta
ainda está para ser travada. Davi se
levantou logo de madrugada e foi em direção ao desafio que nem ao certo sabia
qual era.
No momento
seguinte, depois de se inteirar da situação e da afronta do gigante, o
pastorzinho se dispôs a enfrentar o gigante e foi a uma audiência com o rei
Saul (1Sm 17:31-40). Mais uma vez a
atitude de Davi indica como proceder diante da batalha espiritual que havemos
de travar.
O texto diz
que o rei ofereceu sua própria armadura, Davi a vestiu mas percebeu que não
conseguiria guerrear com ela, foi então que decidiu usar a própria funda.
Que lições
podemos tirar deste evento?
Veja em
primeiro lugar que a atitude do rei foi correta. Não se pode ir a uma batalha sem o
equipamento necessário, e para Davi foi oferecida a melhor. Lá no NT, Paulo vai instruir a tomar toda a
armadura de Deus (Ef 6:10-20) para que possamos enfrentar as astutas ciladas do
diabo.
É insensatez
partir para a luta sem os cuidados necessários e por isto todo cristão que sabe
das lutas a travar precisar se revestir da armadura espiritual.
Agora observem
um detalhe importante. Aquela armadura
era de Saul e não se ajustou a Davi.
Isto me leva a compreender uma verdade importantíssima. Nem tudo que serve para os outros é adequado
para mim.
Algumas vezes
nos guiamos pelas experiências dos outros – que embora sejam boas e úteis, mas
não são as minhas – e elas não vão se encaixar na minha realidade de vida
cristã. Davi se fez valer da própria
funda a qual já estava acostumada a manejar.
O que se enquadra com a instrução de Ec 9:10 – Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças.
Agora que o
confronto é inevitável, pois já estamos no meio da batalha, vamos nos preparar
adequadamente, usando aquilo que o próprio Senhor colocou em nossas mãos e nos
adestrou para usar.
Ainda não
acabou.
Acompanhando o
pequenino guerreiro Davi, já levantei de madrugada para orar, já empunhei a
armadura adequada para o combate, e agora chegou o momento de encarar o gigante
que me desafia. Lembre que em 1Sm 17:10
é dito que Golias afrontou o exército de Israel, e no v. 25 os israelitas demonstram medo diante da afronta.
Agora estão
frente a frente o gigante militar Golias – totalmente armando – e o pequenino
pastor Davi – apenas dispondo de sua funda.
Quando Golias
viu seu oponente não se conteve em deboche: sou
eu algum cão, para vires a mim com paus? (v. 43).
A diferença
entre os dois era visível: um era grande e guerreiro experiente, o outro miúdo
e delgado. Esta é uma boa ilustração de
nossa batalha espiritual: meu adversário é grande e astuto em táticas de
combate (1Pe 5:8), de mim mesmo nada posso nesta luta.
Mas é bom
notar que isto não assustou nosso campeão.
Sabendo-se
incapaz de vencer, Davi apela para a única força que, sendo invencível, poderia
lhe trazer a vitória: vou contra ti em
nome do Senhor dos Exércitos (v. 45).
Aqui está todo o segredo da conquista de Davi.
É importante
levantar de madrugada – mas não é garantia de vitória. É necessário tomar a armadura – também não é
garantia. A luta só é ganha quando é
lutada no poder que há no nome do Senhor.
Veja que Jesus
assumiu para si todo o poder (Mt 28:18) e somente a este nome todo joelho se
dobrará (Fl 2:10).
Sem dúvida
alguma, nossas batalhas são enormes e desafiadoras, e nós ainda teremos de
enfrentá-las com coragem e disposição.
Contudo se a travarmos exclusivamente no poder que há no nome do Senhor
Jesus, alcançaremos a vitória.
Para a glória
do nosso Deus.
(Na imagem lá em
cima: afresco de Michelangelo Buonarroti pintado em 1509 na Capela Sistina -
Vaticano)
Querido Pastor Jabes Filho:
ResponderExcluirQue bom ler e aprender com suas reflexões! Continue escrevendo para a glória de Deus. Abraços, Ycléa
Obrigado pela palavra, tia.
ExcluirA glória seja somente a Deus que nos dá a vitória em Cristo Jesus.
Abr