Em
relação ao sistema ocular humano pode-se citar diversos males e
problemas que atingem a visão e o olho em si, como a catarata, a
conjuntivite, o estrabismo e o glaucoma por exemplo. Mas aqui quero
focar minha atenção num conjunto de problemas que o Conselho
Brasileiro de Oftalmologia chamou de Vícios
de Refração
e a partir deles compreender como tais alterações afetam a alma
humana.
Em
geral, tais vícios podem listados em quatro problemas, a saber:
–
Miopia
– É a condição em que os olhos podem ver objetos que estão
perto, mas não são capazes de enxergar claramente os objetos que
estão longe.
O
cristão míope na alma, por sua visão espiritual danificada, é
incapaz de ver com clareza o que está um pouco além de si mesmo.
Em consequência, não enxergando o outro, o próximo, acaba por se
tornar egoísta, insensível e sem amor, e assim comprometendo toda a
sua saúde cristã.
–
Hipermetropia
– Ocorre quando o olho é menor do que o normal. Isso cria uma
condição de dificuldade para que o cristalino focalize na retina os
objetos colocados próximos ao olho.
Com
uma condição assim, o cristão de olho pequeno, não é sequer
capaz de notar o que Deus tem feito bem ao seu lado. Não
conseguindo focalizar nas extraordinárias ações da graça divina
manifestas próximas a si mesmo, ele fatalmente acaba não
experimentando toda a grandeza do seu amor pessoal.
–
Astigmatismo
– É causado por diferentes curvaturas corneanas ou por
irregularidades na córnea, formando a imagem em planos diferentes o
que ocasiona a distorção da mesma.
A
retina espiritual irregular do cristão o impede de ver com nitidez a
realidade que está ao seu redor pois suas lentes a captam de forma
distorcida ou desfocada a qualquer distância. Essa impossibilidade
de percepção correta gera uma alma fragmentada, insegura e doentia.
–
Presbiopia
– Conhecida como “vista cansada”, manifesta-se normalmente após
os 40 anos, criando uma dificuldade para enxergar de perto e de
longe.
O
peso dos anos, a mesmice dos horizontes e das experiências, o
cansaço das retinas espirituais embaçam as vivas e vibrantes cores
que enchiam e embelezavam os primeiros anos de caminhada cristã,
tornando a jornada cada vez mais opaca e sem brilho.
Além
destes vícios, há ainda outros problemas relacionados à capacidade
do cristão de ver adequadamente tanto o mundo e as pessoas que nos
cercam quanto a Deus e as suas manifestações multicoloridas e
multiformes (confesso que gosto da expressão como ela aparece em Ef
3:10).
Para
estes outros há um termo técnico: discromopsia. Mas podemos
chamá-lo mais comumente apenas de daltonismo, que tem a ver com a
incapacidade de percepção de espectros de cor específicos. E no
que se refere ao olho físico, enquanto as primeiras estavam mais no
campo de trabalho da oftalmologia, estas outras afetam mais a
especialidade da neurologia.
Seja
qual for o caso, quanto aos problemas de visão espiritual aos quais
os cristãos se veem acometidos, o especialista médico de nossas
almas tem a nos receitar não apenas óculos que corrijam a visão ou
atenuem o problema. Ele é a cura.
E
para comprovar isso, quero deixar que ele mesmo se apresente.
Tomando para si as palavras proféticas, Jesus assumiu que sua missão
consistia inclusive em recuperar
a vista dos cegos
(quando leu o livro de Isaías na Sinagoga de Nazaré em Lc 4:18).
Sei
que há nessa passagem toda uma contextualização histórica e que a
missão de Jesus deve aliar aspectos físicos e espirituais (já
notaram quantos cegos, durante seu ministério terreno, ele curou!?).
E até por crer que Jesus tanto cura o cego físico quanto corrige
vícios e males de refração, daltonismo e demais incapacidades de
visão espiritual é que posso ter a convicção de que ao ter minha
visão tocada por Jesus poderei exclamar:
–
Uma
coisa sei: eu tinha visão prejudicada e comprometida; era cego e
agora vejo! (repetindo
a expressão do ex-cego em Jo 9:25).
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