sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Doenças da Alma – VÍCIOS DE REFRAÇÃO


Em relação ao sistema ocular humano pode-se citar diversos males e problemas que atingem a visão e o olho em si, como a catarata, a conjuntivite, o estrabismo e o glaucoma por exemplo. Mas aqui quero focar minha atenção num conjunto de problemas que o Conselho Brasileiro de Oftalmologia chamou de Vícios de Refração e a partir deles compreender como tais alterações afetam a alma humana.
Em geral, tais vícios podem listados em quatro problemas, a saber:
Miopia – É a condição em que os olhos podem ver objetos que estão perto, mas não são capazes de enxergar claramente os objetos que estão longe.
O cristão míope na alma, por sua visão espiritual danificada, é incapaz de ver com clareza o que está um pouco além de si mesmo. Em consequência, não enxergando o outro, o próximo, acaba por se tornar egoísta, insensível e sem amor, e assim comprometendo toda a sua saúde cristã.
Hipermetropia – Ocorre quando o olho é menor do que o normal. Isso cria uma condição de dificuldade para que o cristalino focalize na retina os objetos colocados próximos ao olho.
Com uma condição assim, o cristão de olho pequeno, não é sequer capaz de notar o que Deus tem feito bem ao seu lado. Não conseguindo focalizar nas extraordinárias ações da graça divina manifestas próximas a si mesmo, ele fatalmente acaba não experimentando toda a grandeza do seu amor pessoal.
Astigmatismo – É causado por diferentes curvaturas corneanas ou por irregularidades na córnea, formando a imagem em planos diferentes o que ocasiona a distorção da mesma.
A retina espiritual irregular do cristão o impede de ver com nitidez a realidade que está ao seu redor pois suas lentes a captam de forma distorcida ou desfocada a qualquer distância. Essa impossibilidade de percepção correta gera uma alma fragmentada, insegura e doentia.
Presbiopia – Conhecida como “vista cansada”, manifesta-se normalmente após os 40 anos, criando uma dificuldade para enxergar de perto e de longe.
O peso dos anos, a mesmice dos horizontes e das experiências, o cansaço das retinas espirituais embaçam as vivas e vibrantes cores que enchiam e embelezavam os primeiros anos de caminhada cristã, tornando a jornada cada vez mais opaca e sem brilho.
Além destes vícios, há ainda outros problemas relacionados à capacidade do cristão de ver adequadamente tanto o mundo e as pessoas que nos cercam quanto a Deus e as suas manifestações multicoloridas e multiformes (confesso que gosto da expressão como ela aparece em Ef 3:10).
Para estes outros há um termo técnico: discromopsia. Mas podemos chamá-lo mais comumente apenas de daltonismo, que tem a ver com a incapacidade de percepção de espectros de cor específicos. E no que se refere ao olho físico, enquanto as primeiras estavam mais no campo de trabalho da oftalmologia, estas outras afetam mais a especialidade da neurologia.
Seja qual for o caso, quanto aos problemas de visão espiritual aos quais os cristãos se veem acometidos, o especialista médico de nossas almas tem a nos receitar não apenas óculos que corrijam a visão ou atenuem o problema. Ele é a cura.
E para comprovar isso, quero deixar que ele mesmo se apresente. Tomando para si as palavras proféticas, Jesus assumiu que sua missão consistia inclusive em recuperar a vista dos cegos (quando leu o livro de Isaías na Sinagoga de Nazaré em Lc 4:18).
Sei que há nessa passagem toda uma contextualização histórica e que a missão de Jesus deve aliar aspectos físicos e espirituais (já notaram quantos cegos, durante seu ministério terreno, ele curou!?). E até por crer que Jesus tanto cura o cego físico quanto corrige vícios e males de refração, daltonismo e demais incapacidades de visão espiritual é que posso ter a convicção de que ao ter minha visão tocada por Jesus poderei exclamar:
Uma coisa sei: eu tinha visão prejudicada e comprometida; era cego e agora vejo! (repetindo a expressão do ex-cego em Jo 9:25).

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