Paralelamente
ao processo canônico que fez surgir e arranjou os diversos
componentes do texto do Saltério, este livro foi o Hinário
do Culto judaico de Jerusalém – principalmente no segundo templo.
Em todos os momentos o Livro dos Salmos sempre esteve associado ao
culto, que lhe serviu de inspiração e momento, e principalmente,
além de manual e guia.
Mas
não é só o culto formal no Templo que se utilizou dos poemas dos
Salmos como forma de sua expressão. Toda a vida de adoração e de
fé de judeus e cristãos foi influenciada por este texto. E a
igreja cristã, desde o seu início, se utilizou do Saltério como
guia de culto e adoração.
Embora
estudiosos modernos tenham citado diferentes pontos de partida para
os Salmos no contexto litúrgico, muitos parecem concordar com os já
clássicos estudos do
norueguês
Sigmund Mowinckel (escritos
em 1962)
que afirmava a origem litúrgica do culto e dos salmos em Israel numa
Festa da Entronização de Yahweh.
Ora,
embora tal festa não esteja descrita ou ordenada explicitamente em
parte alguma da tradição do
AT,
mas a ligação íntima entre os salmos e a liturgia é tida como
certa por todos os comentadores.
Ainda
o alemão Artur
Weiser observa que
no
Saltério podem
ser
encontrados
numerosos fragmentos da liturgia do culto e alusões a procedimentos
cúlticos. E embora
essas
informações não nos permitam
reconstituir nos detalhes a sequência da festa, mas revelam os
elementos essenciais da tradição cúltica. O
que pode nos indicar que
o culto da festa da Aliança deve ser considerado o “contexto
vital” (Sitz
im Leben)
da grande maioria dos salmos e dos seus gêneros literários.
São
do espanhol Luís Alonso Schökel estas palavras com as quais
concluo:
Em
geral, os salmos não expõem doutrina. Dirigindo-me a Deus, não o
faço como mestre. E se ensino algo à assembleia, talvez como
dirigente da liturgia, é para que se volte a Deus. Posso, na
verdade, refletir em alta voz para proveito dos que me escutam, mas
não para instruir a Deus.
...
orar a Deus tem sentido e valor. No simples ato de orar, o homem crê
fazer algo que vale a pena. Coloca-se num lugar de homem, humilde e
nobilíssimo. Humilde, porque tem consciência de ser criatura
perante o criador; nobilíssimo, porque se sabe interlocutor do Deus.
Você pode ler um ensaio sobre o Livro dos Salmos no livro:
ENSAIOS TEOLÓGICOS
Disponível no:
Clube de autores
amazon.com
Leia também um estudo teológico sobre o Culto Cristo no meu livro:
DE ADÃO ATÉ HOJE– um estudo de Culto Cristão
Disponível no:
Clube de autores
amazon.com
Conheça também
outros livros:
TU ÉS DIGNO – Uma leitura de Apocalipse
PARÁBOLA DAS COISAS
Nenhum comentário:
Postar um comentário