O
encontro
de Jesus com a mulher de Samaria é singular em vários aspectos
(leia a narração em Jo 4).
Nele
é possível observar um dos únicos momentos em que o Mestre aborda
claramente o tema da adoração e do culto como um ato formal e
coletivo, além de dar instruções sobre o mesmo.
Em
outras ocasiões Jesus repreendeu Satanás afirmando que a adoração
deveria ser exclusiva a Deus (Mt 4:10); falou do quarto fechado como
o lugar onde deve principiar a adoração (Mt 6:6) e criticou a
tradição farisaica que distanciava os lábios do coração adorador
(Mt 15:9). Mas é ali, junto ao Poço de Jacó, que o padrão de
adoração pretendido por Jesus Cristo fica mais claro.
“Deus
é Espírito”.
Esta afirmação básica concentra todo o direcionamento que o culto
deve ter na igreja. E é por isso que a adoração deve ser em
espírito.
Por
adoração espiritual entendo aquela que não está necessariamente
vinculada a um espaço físico, ou precise de objetos para acontecer.
O
altar físico, as vestes, o óleo, os elementos das ordenanças, bem
como quaisquer outros recursos históricos podem até ser úteis como
instrumentos para que o culto aconteça; mas somente um espírito
sincero, que expresse humildade, gratidão e contrição é que
prestará uma adoração verdadeira ao Senhor.
Ainda
sobre a espiritualidade da adoração quero enfatizar que ritos,
tradições e arranjo formal também podem muito ajudar na condução
do culto, mas não trarão a nenhuma reunião a presença do Deus
espiritual – condição para que haja culto. Só o nome santo de
Jesus sendo invocado (leia mais uma vez Mt 18:20).
E
indo um pouco além na fala de Jesus: o culto espiritual deve também
ser celebrado em verdade – espiritualidade e racionalidade: um é
tão fundamental quanto o outro.
Olhando
nesta perspectiva a crítica de Jesus ganha significado: “vocês
adoram o que não conhecem”
(Jo 4:22).
Para
Jesus, a verdadeira adoração espiritual tem que incluir o
conhecimento daquele a quem prestamos culto. Assim um elemento
didático deve sempre estar incluído na adoração: pregação da
Palavra, reflexão, estudo e conhecimento verdadeiro de Deus devem
ser parte integrante da adoração conforme Jesus instruiu (a
instrução ao obreiro Timóteo deve ser sempre lembrada em nossos
cultos – veja 2Tm 4:2).
Foi
assim que Jesus compreendeu o culto. Foi assim que o ensinou à
mulher de Samaria na beira do poço. É assim que devo conduzir
minha celebração de culto.
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