As gerações que me antecederam na caminhada cristã me legaram uma belíssima canção que conclui com uma declaração de louvor e reconhecimento: "Tu és fiel, Senhor, fiel a mim". Toda vez que a canto, sinto como se os elementos musicais: melodia, harmonia e ritmo se encaixassem de modo perfeito com a letra formando um conjunto que toca profundamente a minha alma. As velhas canções espirituais repetidas vezes nos fazem isso – e como é bom!
Eu sei que cantar a fidelidade de Deus se tornou mote constante em gravações modernas – e declarar que Deus é fiel reveste-se de absoluta verdade. Mas nada como deixar minha alma ser embalada na convicção de que desde tempos imemoriais o meu Senhor tem sido fiel, seus servos o cantam com ânimo e fé e eu me junto a eles nesta adoração.
Depois desta constatação introdutória: Deus é fiel, ponto (meu dedo quase foi na tecla de exclamação, mas não é apenas para se admirar, é para escrevinhar concluindo com um ponto de afirmação e convicção: Deus é fiel e ponto). Depois desta constatação, volto minha atenção a mais um bago da jaca do Espírito: a fidelidade.
Quando abordei a alegria como fruto do Espírito, chamei a atenção ao fato de que a fruta apresenta as características essenciais que absorve da própria árvore (além da base biológica para tal afirmação, o texto de Jo 15 fornece bom subsídio espiritual). E com isso eu estou dizendo que se Deus é fiel e eu estou ligado a ele, como um ramo é ligado à videira e uma jaca ligada ao tronco pelo talo, então a imprescindível que o DNA divino – aí inclua sua fidelidade – esteja reduplicado em minha vida.
Afirmar a fidelidade de Deus equivale a reconhecer que ele é absolutamente confiável. Em toda e qualquer circunstância eu posso confiar que ele permanecerá fiel (são literais as palavras de 2Tm 2:13). E distendendo este conceito: o meu Senhor é digno do todo crédito. Mas abrindo um parêntese: deixe-me dizer que a fidelidade de Deus não significa que seu agir é monotonamente previsível. Deus é fiel, mas também é maravilhosamente surpreendente.
Estando eu produzindo a jaca do Espírito em mim devo ter a minha vida moldada de modo a reproduzir com exatidão a fidelidade de Deus em minha existência. Ainda considerando as palavras apostólicas de Gl 5:25, quem anda em Espírito tem que pautar seu padrão de comportamento como alguém digno de crédito. É assim que a jaca amadurece em mim.
A fidelidade estampada como fruto do Espírito na vida daquele que está ligado ao tronco significa que suas palavras confirmam sua vida e ações, e que seu caráter endossa seu agir.
Fidelidade é caráter essencial de Deus compartilhado com aquele que, estando ligado a ele, produz bagos atraentes do Espírito. Que a minha vida seja a reprodução precisa da fidelidade de Deus em cada novo dia da minha existência.
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