Há ainda uma doença da alma que
deve requerer toda a nossa atenção e cuidado: a anemia. E em nosso caso, tal cuidado e atenção é mais
que justificável, uma vez que é um mal relacionado ao sangue – e não tem
desvincular o sangue de nossa vida e fé!
Mas eu volto já ao sangue. Por ora é preciso dar a palavra aos
especialistas para que entendamos melhor do que se trata a anemia.
De acordo com o Hemocentro da
Unicamp, o termo anemia indica qualquer doença em que há uma redução da massa
(ou quantidade) total de glóbulos vermelhos em um indivíduo.
E aqui está a maior problemática
da anemia, como os glóbulos vermelhos são responsáveis pelo transporte do
oxigênio para os tecidos, esta redução leva a uma menor liberação de oxigênio
para todos os órgãos.
Em resumo: quando falta sangue –
ou qualidade a ele – a vida corre risco.
E isso pode acontecer de tal maneira lenta ao longo da vida, que nem
sentimos que já estamos morrendo, tentando se adaptar à vida rala, fraca e
pobre de nutrientes e oxigênio.
Então, voltemos ao sangue. No Livro da Lei nós lemos claramente que a
vida da carne está no sangue (em Lv 17:11).
Só que com a Nova Aliança feita no Calvário, o sangue passou a ter para
nós uma dimensão espiritual bem mais significativa. Assim, a anemia da alma é muito mais grave e
traz prejuízos mais danosos que a carência de glóbulos no sangue que irriga a
carne.
É o sangue do Calvário que
unicamente nos outorga vida. Fomos
perdoados, resgatados, remidos, salvos pelo sangue do Cordeiro pascal. E se acha que é exagero, lembre o que diz a
visão do Apocalipse: Bem-aventurados todos os que lavam as suas roupas no
sangue do Cordeiro, e assim ganham o direito à árvore da vida, e podem adentrar
na Cidade através de seus portais (Ap 22:14).
Na linguagem simbólica da
profecia está a afirmação de que somente pelo sangue do Cordeiro é que
poderemos adentrar nos portais eternos.
Agora, note a terrível
complicação que é quando um cristão passa a ter anemia espiritual e já não lhe
corre nas veias espirituais o sangue do Cordeiro na quantidade ou na forma
adequada!
É claro que não vou questionar
aqui a qualidade do sangue que recebemos diretamente da fonte sagrada, mas
quando nossa dieta alimentar espiritual não está adequada ou há ferimentos em
nossa alma que estão deixando o precioso sangue escorrer, então toda a nossa
vida espiritual está correndo sérios riscos.
Que fazer então? É o próprio
Jesus que dá a indicação ao se oferecer única e eternamente por nós: quem
beber o meu sangue tem a vida eterna (Jo 6:54). Para ter saúde e vida espiritual é preciso
vencer a anemia da alma. E no memorial
da Ceia do Senhor relembramos e celebramos a transfusão espiritual que
recebemos como resultado da graça infinita.
– Bebem dele todos vocês. Isso é o meu sangue da aliança (Mt 25:26-27).
Vou insistir no sentido memorial
e simbólico da Ceia – assim como já fiz com o Apocalipse. A vida não está no vinho, nem há sacralidade
nele que me cure da anemia da alma. Mas
ele atiça meu senso espiritual de dependência daquele que me comprou pelo preço
de seu sangue (devo citar aqui Ap 5:9).
Sem o sangue do Cordeiro
correndo em minhas veias espirituais o que me resta é anemia e falta de
oxigenação e nutrientes em todos os órgãos e tecidos que compõem minha vida
espiritual. E aos poucos vou até me
acostumando a essa vida espiritual raquítica – mas realmente vou definhando até
que já não reste mais vida em mim.
Mas o sangue de Jesus Cristo,
seu Filho, nos purifica de todo o pecado (palavras de 1Jo 1:7). É esta purificação – transfusão – que eu
celebro solene e alegremente na Ceia que me garante saúde e vida espiritual
nutrida e saudável.
Muito bom...
ResponderExcluirDeus continue lhe abençoando e orientando meu valioso irmão e amigo.
Amém querido.
ExcluirA glória pertence a Cristo que com seu sangue nos dá vida.
Abr