Hoje em dia, nas
prateleiras de qualquer livraria, e não precisa ser especializada, há uma
infinidade de Bíblias em exposição. Haja
Bíblias! Há modelos de luxo e populares;
traduções e tradições variadas; Bíblia para jovens, homens ou mulheres; para
quem ora, luta e quer ter vida vitoriosa; há edições comentadas, coloridas e
anotadas; na linguagem de hoje, de ontem e de trasantontem... E por
aí vai... Há Bíblias para todo gosto!
Mas antes de prosseguir
nesta linha principal de raciocínio, deixe-me apresentar uma citação:
No final do século II de
nossa era, Tertuliano – o primeiro e um dos principais pais latinos da Igreja
Cristã – afirmou: “Aquilo que nós os cristãos somos, são-nos as Escrituras
desde a sua origem”. Ou seja, desde
a nossa origem, nós cristãos sabemos que toda a nossa fé, toda a nossa prática
e toda a nossa existência estão pautadas exclusivamente nas Escrituras Sagradas
– a Bíblia. Somos a religião do livro,
nos apegamos a ele e dele retiramos todas as nossas convicções e padrões.
Voltei. Não quero julgar ninguém – não tenho este
direito – mas como toda questão, esta também tem pelo menos dois lados: um bom
e um ruim. Senão, acompanhe comigo.
Por um lado é bom ter
variedade de edições da Bíblia. Ela é a
Palavra de Deus e foi escrita num contexto muito diferente do nosso. Era um mundo antigo, rural e oriental; hoje
eu vivo num mundo moderno, urbano e ocidental.
Então para eu ter acesso às verdades eternas contidas no Livro uma boa tradução
se faz necessário. E há homens e
mulheres de Deus que ainda fazem muito bem esta tarefa.
É útil e válido ter versões
diferentes que procurem compreender o que foi dito no passado e transmitir para
o nosso povo, em nossa linguagem e de modo relevante. E mais, a tarefa de ler e comparar diferentes
trabalhos de tradução só faz ajudar a entender o que o original queria
dizer. O estudante sério da Palavra de
Deus tem obrigação tanto de não ser ignorante nas línguas originais quanto ser
capaz de fazer este trabalho comparativo.
Mas há um outro
lado. Quando noto tanta Bíblia a venda,
entendo que a maioria está ali publicada e disponível com o principal objetivo
comercial. É só para vender e ganhar
dinheiro mesmo! Algumas são como carro
novo: muda-se o desenho do retrovisor para vender o carro novo – a montadora
precisa faturar! Faz-se uma apresentação
gráfica diferenciada para incrementar o negócio – a editora precisa faturar!
O conteúdo bíblico
propriamente dito de muitas destas Bíblias são copiados ou transcritos de
outras versões já no mercado, acrescenta-se mapas, comentários, opiniões(!); destaca-se
versos específicos e, pronto! Um
novo produto está nas prateleiras.
Como disse: não tenho o
direito de julgar ninguém, mas esta relação comercial com a Palavra de Deus me
assusta (já pensou em aplicar Mt 10:8 a este contexto?). E se você me perguntar sobre o que fazer a
respeito: confesso que não sei. É
salutar para a igreja ter diferentes versões à disposição, mas negócio é
negócio...
Você encontra textos como esse no livro PARÁBOLA DAS COISAS
Disponível no:
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TU ÉS DIGNO – Uma leitura de Apocalipse
DE ADÃO ATÉ HOJE – Um estudo do Culto Cristão
Minha visão sobre este assunto é bem parecido com esse seu.Acrescentando-se a ele que por termos muitas variedades de alimentos é bom, mais não se deve aplicar isso nas escrituras sagrada que hoje já não se chama mais assim e sim BÍBLIA.No futuro vai surgir afirmativas de que a palavra foi totalmente modificada! Isso trará o descredito e a apostasia.Sem falar no escândalo que já se levantou.
ResponderExcluirBoa colocação. Realmente a multiplicidade de versões acarreta sempre o risco de desvio do sentido original. Precisamos nos manter alertas à fidelidade.
ExcluirAbs
Infelizmente é uma grande verdade. As pessoas estão lendo mais os comentários de homens do que a pura Palavra de Deus. Enchem seus armários de Bíblias, iludidos ao 'adquirir' o livro, mas sem buscar o conteúdo das Escrituras. Lamentável!
ResponderExcluirÉ verdade, encher a biblioteca de cópias de Bíblias mas não estudar, amar e viver seu conteúdo não nos levar para perto do Deus que se revela nem de sua graça e amor. Dar mais atenção a opinião de homens e a seus comentários é se afastar da verdadeira fonte de nossa fé. Realmente lamentável.
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