"Ninguém tem maior amor do que este..." estas palavras eu leio no Quarto Evangelho. Elas me falam da comparação absurda entre o maior amor encarnado em Jesus Cristo e a necessidade que tenho de também viver na base do amor (leia em Jo 15:13).
Mas amor não é teoria, nem discurso ou só conversa. Então, na verdade, o evangelista está me
dizendo que ninguém no mundo tem um amor maior que o de Jesus porque ele se
deu na cruz do Calvário. E, nesta época
quando estamos celebrando a mais importante e significativa festa cristã, o
amor de Cristo será sempre algo que me contagia e completa.
Ora, isso dito de maneira mais simples e
nordestina, como é minha alma e minha cultura, devo dizer que quando se trata
do maior amor, o amor de Cristo, ele sempre será muita farinha para o meu pirão. E mais, enquanto esta farinha é derramada no
caldo da minha fé, as verdades bíblicas vão se tornando consistentes em minha
vida.
Neste sentido, pelo menos dois textos bíblicos
engrossam meu pirão. O primeiro deles é
quando o evangelista João vai introduzir o relato do lava-pés. Ali está dito que Jesus, tendo amado os seus,
amou-os até o fim (registrado em Jo 13:1).
Esta simples frase me dá pelo menos mais duas linhas de compreensão. Por um lado Jesus manteve o seu amor para
comigo até o último instante. Ele não me
largou pelo caminho. Quem já preparou
pirão na beira do fogo sabe que o segredo é continuar sempre mexendo o caldo
enquanto a farinha vai sendo derramada.
Isso Jesus fez até o fim.
Ainda sobre o mesmo verso, outra linha é entender que
Jesus me amou até as últimas consequências.
Ele não permitiu que o pirão se estragasse, embolasse ou se
perdesse. Mesmo no calor do fogo ou com
os salpicados constantes – típicos do pirão – o amor o fez assumir por completo
minha remissão. O pirão que sou hoje é
porque Jesus suportou tudo por mim.
O outro texto é de Paulo quando diz que o amor de
Cristo nos constrange (confira em 2Co 5:14).
Entendo que o apóstolo quer dizer que o maior amor me deixa estupefato,
com os olhos brilhando, e com uma palpitação excitada; mas também me desafia,
futuca e me deixa encabulado. E mais: é
o amor da cruz que dá gosto ao meu pirão.
Sou completamente envolvido pelo maior amor, dele assumo o sabor e a
consistência.
Neste tempo de celebração de páscoa, glorifico a
Deus por que ninguém tem maior amor que o de Jesus Cristo estampado no madeiro
de Calvário. E sou grato, pois foi ali
que meu pirão foi cozido. Soli Deo gloria.
desde quando apnhar que nem um cachorro ser cruxificado ficar morto 3 dias ai voltar subi um morro e viver eternamente no paraiso é algum tipo de sacrificio?????????? porque agora mesmo tem gente passando fome no mundo e o cara q fez o maior sacrificio ta la no "paraiso", que coisa não?
ResponderExcluirQue coisa, não!
ExcluirQuerido, o cara que tá lá no "paraíso", apanhou que nem cachorro, foi crucificado e ficou morto apenas para quitar meu débito eterno (confira novamente Jo 15:13). E hoje ele está no céu me esperando em glória. Mas considere outro aspecto igualmente verdadeiro: o cara do paraíso ainda hoje vê suas chagas sangrarem no sacrifício injusto de nossas crianças que passam fome, são abusadas e lhe negam um futuro descente; elas sangram com as mulheres espancadas e desrespeitadas; nos jovens escravos das drogas (lembre Mt 25:40). Jesus entra no ônibus apertado comigo todo dia, senta para comer a boa fria, e me ajuda a fazer conta para o salário chegar ao fim do mês.
Que coisa, não!