Desde os tempos mais primordiais, o ser humano trouxe
entre seus apetrechos mais cotidianos uma panela. Tendo sido confeccionadas de diversos
materiais – de barro, pedra ou metal – e das mais diferentes formas e tamanhos
– caldeirões, caçarolas ou assadeiras – a panela sempre manteve o seu conceito
essencial: um vasilhame onde o de comer
pudesse ser colocado para ser levado ao fogo e, tendo passado pela alquimia
deste, se ver transformado em refeição.
Por conta desta familiaridade, a panela se prestou
ao longo das eras às mais diversas comparações e sugestões; poucas são as
culturas em que ela não esteja presente, nem que seja como coadjuvante. Duvida disso?
Então se lembre da primogenitura de Esaú trocada pela sopa de lentilhas
que estava na panela de Jacó (leia em Gn 25:39-34)!
E ainda por conta desta mesma familiaridade, vou me
dar o direito de propor usar a panela como parábola numa perspectiva
diferente.
Considerando que a vida da gente sempre está
envolvida num processo nutricional, então penso que é sábio compreender que sou
um ingrediente nas mãos do eterno e divino Chef. Veja que isso não me menospreza ou rebaixa,
pelo contrário, é uma honra e me sinto agraciado em poder ser participante de
tão maravilhosa cozinha!
Continuo com a parábola: o Pai Eterno tem a receita
certa para minha vida, e como verdadeiro Mestre Cuca ele me toma no momento
certo e na medida exata e me coloca na sua panela. É claro que este ato não é aleatório nem
resultado do acaso, mas uma ação pessoal e intencional – um ato de amor.
Ora, a panela é a vida! Fui colocado nela junto com outros
ingredientes que compõem o saboroso manjar que está sendo preparado para ser
servido na eternidade. Sei que às vezes me
sinto desconfortável na panela, estranho alguns outros que me acompanham ali,
ou sou tentado a descrer do Cozinheiro e de sua receita. Para tais momentos, a fé funciona como um
condimento que me cobre e me condiciona a continuar na panela.
Um detalhe, contudo não pode ser esquecido. A panela existe para ir ao fogo. E comigo não é diferente. Enquanto faço parte da receita naturalmente
sou levado ao fogo, por vezes um fogo brando e contínuo, outras um fogo ardente
e forte. Umas vezes é própria vida que
me cozinha com as suas provações, outras é o Espírito que me vem como fogo
santo.
O certo é que fui colocado na panela da vida, e tenho
sido feito passar pelo fogo. E embora
isso, por hora, possa me parecer até doloroso, mas a certeza de que estou sendo
transformado de glória em glória me faz verdadeiramente grato por Deus, em
Cristo, ter me feito este bem (veja neste sentido as palavras apostólicas em
2Co 3:18 e Rm 8:18).
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