terça-feira, 3 de julho de 2012

Disciplina cristã VIII – JEJUM


Para o estudo de qualquer disciplina cristã é preciso recorrer à Bíblia e seus ensinamentos a fim de conhecer aquilo que o Senhor espera do seu povo a partir desta prática, e com o jejum não é diferente. 
Em primeiro lugar deve ficar claro que não há nenhuma ordem geral para que o povo de Deus jejue.  Em vários textos vemos convocações particulares para atender a objetivos específicos.  Assim compreendemos que o jejum pode e deve cumprir seu papel ao lado de outras práticas cristãs em situações próprias, mas nunca como um mandamento geral.
Antes de prosseguirmos na análise do texto bíblico, é prudente, porém, entender o que é o jejum e quais resultados ele produz.  Jejum é a decisão voluntária e consciente (marca de disciplina) que um cristão toma em se abster de determinados suprimentos – em especial alimento – para com isto se dedicar mais ao Senhor.
No jejum, naturalmente o servo disciplinado acaba por se sentir mais fraco – a falta de nutriente enfraquece o corpo! – e nesta fraqueza sobressai a dependência das provisões divinas para o fiel (veja 2Co 12:9-10).  O jejum testifica o desejo de mortificar a carne para vivificar o espírito na força do Senhor (também Rm 8:13).
Convém destacar ainda que o jejum em hipótese alguma afeta a Deus.  Ele não é mudado pela nossa prática de jejum, por mais sincero e disciplinado que seja (confira Ml 3:6).  O jejum muda o cristão e o coloca em condições de ser revestido pelo poder de Deus e usado pelo Espírito Santo.  Deus não é levado a mudar a sua bênção.  Somos nós que nos moldamos como vasos em suas mãos para recebermos a manifestação do Senhor (leia Jr 18:6).
Olhando o texto bíblico, vamos chegar ao que Jesus ensinou no Sermão da Montanha (acompanhe em Mt 6:16-18).  O jejum é algo a ser praticado entre o servo e seu Deus: como demonstração de expressão da fraqueza e dependência do ser humano em relação ao seu Senhor.  Daí o Mestre asseverar que embora o jejum deva ser movido de alegria santa no Senhor; mas, nem por isso a sua prática deve ser motivo de alarde. 
O jejum sempre simboliza humildade para com o Senhor, e só a ele deve-se expor tal procedimento.  A disciplina consiste até nisto: em viver uma tão maravilhosa experiência de disciplina cristã diante de Deus lá no íntimo, sem que isto em momento nenhum possa servir de pretexto para vaidade espiritual.

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