Trouxe uma primeira postagem sobre o Livro das Lamentações de Jeremias (você pode reler no link). Aqui continuo a reflexão baseada numa lição publicada originalmente na Revista COMPROMISSO da Editora Convicção. Continue pensando no Livro de Lamentações.
OLHANDO
A ESPERANÇA –
Tendo certeza de que o castigo pelo pecado já se cumpriu (4.22), o
lamento pode ser transformado em súplica: “SENHOR, lembra-te do que aconteceu
conosco; restaura-nos a ti para que voltemos a ti, SENHOR; renova os nossos
dias como antigamente” (5.1,21).
E a súplica sincera diante de Deus faz nascer a esperança. O que começou como um choro doído e tristeza
profunda, quando foi dirigido ao Senhor que é justo mudou em uma canção de
esperança na certeza de que as misericórdias “renovam-se a cada manhã” (3.23).
Três fatores basicamente deram sustentação à confiança que veio da
lamentação apresentada em forma de invocação ao nome do Senhor.
A primeira sustentação era a lembrança esperançosa. Se o cenário não se lhe mostrava nada que
inspirasse alento, que sua mente fosse ocupada de lembranças e esperanças
(3.21). Os olhos nas circunstâncias só
mostravam desolação e provocavam lamentação, mas a lembrança e a certeza de que
“bom é o SENHOR para os que esperam nele, para quem o busca” (v. 25), era sem
dúvida um alento para continuar firme confiando naquele que não nos rejeita
para sempre (v. 31).
No exercício da lembrança daquele que é grande em fidelidade (3.23) está
a disciplina que dá base para suportar o jugo da juventude e, assim, calado e
talvez solitário “aguardar tranquilo a salvação do SENHOR” (v. 26).
Distendendo daí, outro fator sustentou a esperança: o conhecimento. O
profeta sabia que o Senhor é bom e por isso ele “não rejeitará para sempre”
(3.31) e, embora possa permitir que tristezas sobrevenham sempre “terá
compaixão segundo a grandeza da sua misericórdia” (v. 32).
É certo que não é do agrado do Senhor “afligir nem entristecer os filhos
dos homens” (3.33). Por isso o lamento
em forma de clamor apresentado ao Senhor voltou-se como esperança e resposta. Não restou dúvida de que o Senhor atendeu sua
prece: “Tu te aproximaste no dia em que te invoquei” (v. 57).
Assim, diante de tanta desgraça, a convicção de que “a bondade do SENHOR
é a razão de não sermos consumidos”, certeza essa que se distende na absoluta
verdade de que “as suas misericórdias não têm fim” (3. 22), também alicerça seu canto confiante.
Ora, baseado numa lembrança que produz confiança e na fé confiante de um
Deus, resta mais uma sustentação da certeza de que o Senhor haveria de ouvir e atender
o clamor da lamentação: o perdão.
A causa principal da queda da cidade foi que “Jerusalém pecou
gravemente” (1.8), disso o autor bíblico não tem dúvida. Mas quando há uma mudança de atitude do povo
examinado seus caminhos, levantando o coração e as mãos em direção a Deus e
voltando para o Senhor (3.40,41), firma-se a fé: “tu não perdoaste” (v. 42).
Esse lamento que se mostrou inicialmente sofrido pelas desgraças vistas,
finalmente foi capaz de ser a expressão da oração confiante: “Restaura-nos a ti
para que voltemos a ti, SENHOR; renova os nossos dias como antigamente” (5.21).
(Da revista “COMPROMISSO” – Convicção Editora – Ano CXVII – nº
468)
Leia mais sobre o Livro das Lamentações
–
Excelente!
ResponderExcluirA glória seja ao Senhor, nossa esperança.
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