Nesta série de reflexões sobre
Doenças da Alma analisamos mais de uma dezena de doenças, moléstias e
transtornos causados por infestação de agentes externos ou por descuidados que
infligimos em nós mesmos. Males que têm
raízes genéticas ou nos são trazidos pelo mundo que jaz no maligno e que nos
rodeia. Todas doenças que afligem o ser
humano, obra-prima de Deus e, por isso, são males que os maculam, entortam,
enfeiam, sujam e danificam por inteiro.
Em cada caso estudado, buscamos
ir além da informação técnico-científica para tentar entender como uma moléstia
assim adoece mulheres e homens, começando por macular sua alma e contaminando
toda sua vida, sua fé, seus relacionamentos, sanidade e santidade. Contudo, o mais importante foi buscar a cura
para cada doença no receituário revelado e se deixar ser curado por aquele que
é tanto o médico como o próprio remédio: o que dá a vida pelos seus (confirme
esta doação em Jo 10:11).
Assim, pretendo trazer,
propositadamente, para concluir a série, uma reflexão sobre a hipocondria
– que eu vou chamar aqui de a doença das doenças, ou mania de doença. Segundo o Hospital Israelita A. Einstein,
hipocondria é uma obsessão com a ideia de ter um problema médico grave, mas não
diagnosticado.
Muita gente vai considerar este
problema como sintoma de maluquice, transtorno de quem só quer chamar a
atenção, estresse, insegurança ou outra coisa o valha. E estas atitudes podem tanto ter uma pitada
de preconceito, como disfarçar uma boa dose de verdade.
Mas a doença é real. Quem sofre com ela se vê angustiado pela
possibilidade de uma tosse ser prenúncio de tuberculose, uma coceira ser
diagnosticada como melanoma ou ainda uma palpitação como sintoma de grave
disfunção coronária.
A tosse, a coceira e a
palpitação não são inventadas. Elas
realmente estão lá causando transtornos.
Mas a preocupação desmedida de que sintomas pequenos indiquem algo grave
leva o paciente a uma via crucis atrás de médicos especialistas, exames
detalhados e novos diagnósticos, nunca se satisfazendo com os resultados
indicados e aumentando a angústia, num círculo vicioso e ciclo infindável e
crescente de doença.
Diante de tal quadro,
constatamos que muitos cristãos padecem de sério problema de hipocondria
espiritual e têm sua alma doente com sintomas superdimensionados e males cuja
solução podem ser facilmente obtida, mas que acarretam dores e traumas
terríveis que os acompanham por toda uma sofrida existência.
Um cristão hipocondríaco nunca é
capaz de crer realmente que os inconvenientes fazem parte da vida – ele sempre
acha ainda que precisa da bênção completa!
Ele é incapaz de entender que, embora real e algumas vezes dolorosas, a leve e momentânea tribulação produz para nós um
peso eterno de glória mui excelente (e como traz cura o texto de 2Co 4:17!).
É preciso desenvolver a fé para
crer que a tosse é apenas uma irritação inconsequente e que não indica infecção
espiritual – o Espírito continua ventilando a alma (Jo 20:22). A coceira pode ser apenas a vida se renovando
e devolvendo-lhe a força da juventude espiritual – o vigor e a beleza da tez
espiritual estão se refazendo (Sl 103:5).
A palpitação, com certeza, é a alma se preparando para águas mais
profundas – lá onde a pesca é maravilhosa (Lc 5:4).
E não há outra citação com a
qual eu possa concluir esta série de reflexões sobre doenças da alma que nos
afligem nesta caminhada cristã – ou especificamente sobre qualquer mania de
doença que se venha a deixar contaminar a alma: é a certeza profética,
proferida e cumprida gloriosamente.
Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou as
nossas doenças, contudo nós o consideramos castigado por Deus, por ele atingido
e afligido. Mas ele foi transpassado por
causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniquidades; o
castigo que nos trouxe paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos curados
(Is 53:4-5).
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