segunda-feira, 22 de setembro de 2025

SEXTOU – prá casa!

 


Um Congresso Teológico me levou às Minas Gerais na semana passada.  Então chegou a sexta-feira e era momento de voltar para Aracaju – para casa.

 

Vamos à narrativa: sextou – prá casa!

 

Com o fim da programação na noite anterior, ficamos uns poucos para o último sono.  Boas conversas, bons momentos, restinho de fraternidade.

 

Amanheceu e, antes das seis, uma sinfonia canora me acordou (ah! não entendo de pássaros logo, não os identifiquei – sei que eram distintos!).

E não penso que o Criador os colocou ali somente por minha causa – não tenho essa pretensão.

Mas eles me despertaram e pude começar bem antes do burburinho.  É sempre salutar, antes das liturgias e das agendas, deixar a alma vibrar limpa na frequência do Eterno.

 

Descemos para um derradeiro café matinal mineiro: uma fruta, pão com ovo, um pedaço de bolo, biscoito e café quentinho feito na hora.   Simples, mas digno de um príncipe, pois foi feito na nossa intenção.  E vale mais que gastronomia gourmet.   

Deus abençoe as mãos que prepararam.

 

Pegamos a estrada em direção ao aeroporto.  O dia prometia!

 

Antes que esqueça: o Gerson foi comigo.  Além dos laços de sangue e de profissão, sempre enriquece tê-lo junto no caminho.

 

— Sim.  Em direção ao aeroporto.

 

Talvez até desse para antecipar o voo para fazer sem escalas.   Não deu.   Com as passagens marcadas, a previsão seria o dia todo aqui e ali até chegar em casa.   Assim fomos.

 

Sentamos juntos.  A conversa animada – nada de técnico ou específico: apenas fagulhas de lembranças comuns, observações pontuais dos transeuntes, uma ou outra citação e o mais...

Mas, aos poucos, as palavras vão se escasseando e os temas esparsos.  Então o silêncio chega.  Só que isso não é um problema.  Jamais.

 

Na verdade, não vou lhe definir do que se trata.

— Para certas coisas faltam palavras!

Certamente não seria obrigação, nem networking (assim em inglês fica mais ridículo ainda).

Era só a presença.  Era apenas saber que em qualquer aeroporto ou entroncamento da vida, não estávamos sós.  Estivemos ali.  Não eu e tu: nós.

E consegui me ver pensando que o Eterno se sentou na cadeira da frente, no saguão dos Confins, em silêncio, apenas como se quisesse dizer que ELE, mesmo sendo, gosta de estar.

 

Levantamos para comer, a conversa voltou a jorrar como uma fonte de renovo – ou filete da água.  Não havia secado.  Apenas guardada como tesouro que valia a pena usar no tempo certo para o próprio silêncio se revestir de preciosidade.

Nada de importante: a escolha do prato, uma ou outra citação, um diz aí...

Comemos juntos.

 

— Certas coisas têm preço.  Compartilhar uma fatia de pizza numa mesa de aeroporto tem vida e história.

 

Mais um trecho aéreo e já caia a noite quando, em Aracaju, meu filho nos apanhou na porta do aeroporto.

 

Assim: sextou – prá casa!

 

E agora o fim de semana promete.

 

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