A
narrativa bíblica não traça um perfil teórico da existência ou da utilização
dos recursos financeiros no meio da comunidade do fieis, mas estabelece
critérios muito nítidos para que o dinheiro – junto com os bens e valores a ele
atribuídos – possa ser usado na sua posição adequada.
No período do AT, época da vigência da Lei, há
determinações quanto à posse e ao uso dos recursos naturais e dos bens
construídos e adquiridos. Mas o que nos
compete aqui é observar como foi determinado em relação ao que deveria ser
separado especificamente e diretamente para o Senhor e a utilização nos
serviços sagrados – os dízimos e as ofertas.
A Lei é explícita: Todos os dízimos da terra
pertencem ao Senhor (Lv 27:30). Segundo
esta norma, de tudo que estivesse na posse ou controle pelos filhos de Israel,
quer bens naturais, como produto de lavoura ou cria deveria ser separado um
décimo (10%) e consagrado exclusivamente para o Senhor e o seu serviço. E tem
mais, na sequência da leitura do mesmo texto vemos que o dono não poderá
retirar os bens dentre os ruins, nem fazer qualquer troca (vá ao verso 27:30).
Ou seja, em possuindo a terra e dela extraindo o
seu sustendo, a parte do Senhor deveria ser primeira e imediatamente dedicada
para trazer ao altar de Deus. E mais que
para o Senhor deveria ser separada a melhor parte. Observe também que nesse primeiro momento
ainda não se fala de dinheiro, mas entrega de víveres e produtos ao Senhor em
oferta e culto.
É, contudo, nos profetas que a norma vai ser mais
detalhada. Já é bem conhecido o texto do
profeta Malaquias que através de um jogo de perguntas e respostas repreende o
povo pela omissão no seu compromisso de fidelidade em relação ao dízimo: “Tragam
o dízimo todo ao depósito do templo, para que haja alimento em minha casa” (Ml
3:10).
Claramente
o objetivo planejado por Deus para o dízimo seria suprir a sua casa dos
recursos necessários para o seu funcionamento normal. Isto significa que nos planos de Deus o
método para o tesouro do templo ser abastecido e poder atender as suas demandas
é através da fidelidade do povo nos seus dízimos.
(Da Revista DIDASKAIA – 1º quadrimestre / 2023 –
IBODANTAS)
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