terça-feira, 18 de janeiro de 2022

ALGUMAS HERESIAS CRISTOLÓGICAS

Jesus Cristo é a pessoa central de nossa crença e de todo o nosso sistema de doutrinas.  Em torno dele está estabelecido tudo o que conhecemos e afirmamos como CRISTIANISMO.

Mas, nos primeiros séculos de sua história, o Cristianismo precisou enfrentar algumas ideias e conceitos errados – heresias – que se formaram sobre Jesus Cristo.  Então foi preciso lutar e rechaçar essas teorias para que a doutrina de Cristo se firmasse.

Veja no quadro e relação a seguir algumas heresias cristológicas presentes no primeiro século e a resposta que foi dada a elas:

§ EBIONISMO – Heresia de origem judaica surgida no segundo século cristão.  Seu nome deriva do hebraico 'ebion' que significa "pobre".  Ficou assim conhecido por que eles empobreciam a pessoa de Jesus, negando a sua divindade.  O Credo Apostólico aceito pela Igreja afirma categoricamente que Jesus Cristo é o próprio Deus encarnado – a segunda pessoa da Trindade (considere Cl 2:9).

 § DOCETISMO – Heresia que surgiu entre gregos no primeiro século e floresceu nos séculos II e III.  Seu nome deriva do verbo grego 'dokeo' – "parecer".  Criam na divindade de Cristo, mas negavam o corpo físico de Jesus – ele teria apenas uma aparência humana (algo como uma ilusão ou holograma).  Qualquer doutrina ou teoria que menospreze a humanidade completa do Jesus histórico e sua vivência naquele contexto invalida a doutrina cristã e torna irrelevante seu sacrifício salvífico.  João foi claro e objetivo na afirmação da origem dessa heresia é o anticristo (1Jo 4:2-3 / 2Jo 7 – também 1Tm 2:5).

 § ARIANISMO – Heresia antitrinitária pregada pelo presbítero egípcio Ário (250-336).  Ele pregava que Jesus seria uma espécie de semideus – um deus subalterno ao único Deus eterno e verdadeiro.  Ou seja, um ser intermediário entre divindade e humanidade, menor que Deus e maior que homem (nem uma coisa nem outra).  A doutrina cristã afirmada em seus credos afirma ser Jesus Cristo completamente divino e completamente humano (leia o prólogo do Evangelho de João – Jo 1:1-14). 

 § APOLINARIANISMO – Heresia proposta por Apolinário de Laodiceia (310-390).  Ele afirmava que Jesus tinha um corpo puramente humano e uma mente exclusivamente divina (o 'logos' ocupou o lugar do 'pneuma'), ou seja, uma espécie de substituição de aspectos humanos por essências divinas no Jesus histórico.  O Concílio de Constantinopla (em 381) tratou do tema e o considerou herético por mutilar o homem Jesus (atente para Hb 2:14-17).

 § NESTORIANISMO – Heresia pregada pelo patriarca de Constantinopla Nestorius (428–451).  Ele ensinava que a união das duas naturezas de Jesus Cristo era apenas moral e não orgânica.  Essa ideia levou a uma interpretação de que o Jesus-Deus eterno "adotou" o Jesus-homem nascido de Maria.  Nestorius foi condenado por diversos pais da Igreja e finalmente declarado herege e removido de seu patriarcado pelo Concílio de Éfeso em 431 (vá a Jo 17:22 e Hb 1:23).

 § EUTIQUIANISMO – Heresia monofisita defendida por Êutico, que era monge em Alexandria no século quarto.  Ele pregava que com a encarnação não haveria mais duas naturezas distintas, mas que a essência divina se fundiu com a essência humana de Jesus Cristo gerando uma tertium quid – uma terceira natureza: nem mais humana e nem mais divina.  Essa heresia foi condenada pelo Concílio de Calcedônia, em 451.  A doutrina cristã afirma que Jesus era humano e é divino – os dois (leia Gl 4:4).

 

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