Na segunda-feira passada (dia
13/01), o Instituto Datafolha de São Paulo publicou uma pesquisa
intitulada PERFIL E OPINIÃO DOS EVANGÉLICOS NO BRASIL. O documento consta de 199 paginas com
números, tabelas e gráficos planilhando os resultados da pesquisa realizada nos
dias 07 e 08 de dezembro em 176 municípios e que procura demonstrar a realidade
dos evangélicos no país e compará-los com outros segmentos religiosos.
Os resultados
até mereceram algum destaque nas mídias, principalmente na internet, mas numa
primeira olhada, o documento mais parece uma interminável sequência de
dados. É número que parece que não vai
acabar mais!!!
Fui então dar
uma passada de olho no material e, como não sou estatístico de profissão, nem
tenho a intenção de fazer uma análise técnica dos dados ali apresentados – tem
gente com expertise suficiente para fazer isso – vou apenas destacar algumas
informações que me chamaram a atenção.
#
Inicialmente os dados apontam a um percentual de 50% de brasileiros que se
declaram católicos, diante de 31% evangélicos (há 25 anos a diferença era de 75 a 14) e outros 10% não se
ligam a nenhuma religião.
Não fui
entrevistado na pesquisa, mas posso me incluir nesses números. Há 25 anos eu já fazia parte do percentual evangélico
– e continuo nele. Esse percentual
aponta para uma realidade de mais ou menos 65 milhões de brasileiros que
reconhece evangélico. É muita gente e já
deveria está exercendo sua boa influencia nesse país.
# E
outro detalhe: quase metade desses evangélicos se apresenta como
ex-católicos. Também há um numero
significativos de pessoas que passaram em diferentes modalidades de igreja
evangélica recentemente. Claramente falta
convicção e firmeza doutrinária nessa gente.
Volto já a
falar disso. Antes, veja como a pesquisa
descreve o brasileiro evangélico: é majoritariamente mulher (58%), de pele
escura (59%), tem entre 35 e 59 anos (45%), estudou apenas até o ensino médio
(35%) e, em média, frequentam e se sentem comprometidos com as suas congregações
por 12 anos. Um retrato interessante do
nosso povo.
Voltemos às questões sobre o que pensa e o que crer
o evangélico brasileiro, segundo a pesquisa.
# O que
mais atrai o evangélico para sua igreja é busca por Deus e o comprometimento
dos púlpitos com a Palavra. Sinceramente
questiono essa avaliação, até porque, também uma maioria reconhece não seguir
piamente o que é dito pelos seus líderes espirituais.
Penso que aí o
problema está dos dois lados: carece em muitos púlpitos seguir as instruções
paulinas em 2Tm 4:2 – isso é fato; e aos ouvintes sobra mimimi de crente
e falta atentar para o que Cristo diz em Lc 9:23.
# Um
exemplo interessante é sobre usos e costumes – especialmente no que diz
respeito a trajes e vestimentas. Os
números apontam para uma maioria (quase dois terços dos pesquisados) que
reconhece que há instrução na igreja sobre quais roupas são adequadas para o
momento do culto. Mas por outro, apenas
uma minoria desses (um terço) assumem que seguem tais instruções quando decidem
o que vai vestir e como vai se portar.
É verdade que
ninguém é salvo pela roupa que veste, e nem é isso que me faz cristão. Mas ignorar que deve haver uma conduta digna
a ser buscada e que isso é parte indispensável à nossa fé, é ser desleixado com
o compromisso cristão (atente o que é dito em 1Co 10:32). Isso é grave.
# Há
outros dados sobre temas relativos a aborto, ensino religioso promovido pelo
estado e questões de gênero e homossexualidade.
Mas me vou dar a liberdade de não comentar sobre isso. E ponto.
# Uma outra
grande quantidade de dados circunda questões políticas e de escolha de
voto. Observe: apenas cerca de um terço
indicam haver influência da religião no momento da escolha do seu candidato
para voto nas eleições, enquanto que os outros dois terços então não levam isso
em consideração, ou pelo menos como fator principal de escolha.
Talvez aqui
indique um bom sinal de amadurecimento político do nosso povo. Talvez!
Mas tenho minhas dúvidas. Talvez
seja apenas falta de credibilidade dos nossos representantes.
# Sobre
isso também, é extremamente significativo que, para bem mais da metade do povo
evangélico, os políticos que se apresentam como vinculados às suas igrejas são
iguais ou até piores que os demais políticos no país.
Entendo que
isso reforça a convicção de que transformar o Brasil em uma nação
cristão-evangélica a partir das esferas estatais – com esses representantes que
aí estão – seria uma catástrofe para todos nós.
E eu sinceramente tenho vergonha de vários políticos que se apresentam
como evangélicos e da dos pastores e líderes que os apóiam – e os coloco nos
mesmo nível (ou falta de nível!) tanto políticos de direita como de esquerda.
Vou finalizar
essa passada de olho nos dados da pesquisa – já disse lá em cima que não sou
estatístico de profissão – citando a Palavra de Deus na inauguração do templo
em Jerusalém, respondeu a oração de Salomão – ela vale ainda o Brasil
evangélico:
Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e
orar,
buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos,
dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra.
(2Cr 7:14 – NVI)
buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos,
dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra.
(2Cr 7:14 – NVI)
Parabéns, excelente texto, meu querido Pr Jabes!
ResponderExcluirDados estatísticos podem ser uma excelente ferramenta de análise da realidade! Que Deus nos ajude, como igreja, a sermos obedientes na prática da busca do reino e de sua justiça, em nome de Jesus!
Obrigado querido.
ExcluirQue sejam mais que apenas números, mas que saibamos interpretá-los como indicadores do quem somos, onde estamos e o que estamos fazendo para cumprir nossa missão.
Essa deve ser a nossa oração pela ajuda divina e nosso empenho em estabelecer o Reino de Deus com seus valores entre nós.
Muito Bom texto. Recheado de dados em diversos perfis. Excelente para aprofundando teórico e muito util como fonte de pesquisa. Parabéns pastor👏👏👏
ResponderExcluirObrigado querido. Minha prece é para que nosso Brasil Evangélico possa continuar cumprindo sua missão profética para a nação.
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