sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

É NATAL, MAS PREFIRO A PÁSCOA!


Chegando ao final do ano, as casas e a cidade vão ficando enfeitadas, a agitação e as expectativas de festas, celebrações e comemorações já são bem vívidas.  Também é momento de reavaliações, projetos e reafirmações.  Isso sem falar nos presentes, lembranças, ceias e tudo o mais...  Natal é sempre assim!
Mas prefiro a páscoa!  Não tenho nada contra a festa natalina; ela também é bonita e gostosa.  Mas meu espírito cristão se inclina em especial para a festa pascoal.
Se me permite, acompanhe comigo.
Que a festa de Natal não é originalmente cristã, isso é verdade.  Os cristãos primitivos nem sequer citavam tal celebração e somente muito tempo depois tais festividades foram incorporadas ao calendário litúrgico cristão.  Mas não creio que seja este o problema.  Assim como as pessoas, as celebrações nascidas pagãs podem se tornar cristãs pela força transformadora do evangelho – e eu creio piamente nisto! (já leu Rm 12:2 nesta perspectiva?).
No Natal se celebra o nascimento virginal de Cristo, a encarnação, o cumprimento de profecias antiquíssimas.  Isso também não pode ser o problema, pelo contrário, é bom saber que no seu tempo Deus cumpriu sua palavra (veja Gl 4:4) e, afinal, o Deus-feito-homem é o centro de nossa história e isso só foi possível com o evento de Belém.
Paralelamente festejamos no Natal a união, a fraternidade e o companheirismo entre mulheres e homens e entre os povos.  É claro que tal espírito coincide profundamente com a mensagem cristã, e isso é válido! (como é significativo Jo 17:22).
Então, onde reside o ponto da preferência?  Veja o que o Natal me evoca, como sentimento associado (seria o tal espírito natalino?): troca, reciprocidade, cumplicidade; mas também opulência, prosperidade, grandiosidade e sucesso.  Nesta época sobressaem as grandes campanhas publicitárias, as imagens iluminadas, as mesas fartamente recheadas e decoradas, os presentes comprados e os sorrisos encomendados – isso sem falar na neve que meus olhos nordestinos insistem em estranhar!
Por outro lado, a Páscoa sempre me traz à memória a renúncia, a entrega apaixonada pelos que precisam da graça e nada têm a oferecer.  Natal é nascimento, Páscoa é morte.  Natal é berço, Páscoa é cruz.  Natal é expectativa, Páscoa é realização.  Natal é cristão, Páscoa é mais cristão ainda.  Natal é festa da humanidade, Páscoa é serviço cristão.
Sim, o Natal é lindo, mas eu prefiro a Páscoa.  Não vou me aborrecer com a festa ou com quem, a partir dela, celebra (e penso que até vou comer alguma ceia por aí); mas deixe-me preferir o sacrifício único do meu amado e lembrar que a todo instante do meu ano (e da minha vida), sem o Calvário, a estrebaria seria só mais uma data entre tantas outras a se incluir em nosso calendário de celebrações. 
Celebro o Natal: com os anjos canto as boas novas glorificando a Deus (o louvor dos anjos está em Lc 2:14); mas prefiro a páscoa celebrando-a com os anciãos na eternidade: "digno é o Cordeiro que foi morto de receber poder, riqueza, sabedoria, força, honra, glória e louvor!" (lá em Ap 5:12).  E convido a todos a celebrar comigo.
(Publicado originalmente em www.batistasdesergipe.com em dez/2009)

3 comentários:

  1. MUITO BOM! VOUMANDAR PARAS AS MINHAS IRMÃS E IRMÃOS DA NOSSA IGREJA.
    PR. RENATO

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  2. Excelente reflexâo, pastor Jabes! Gratidão pelo conteúdo e por mostrar a importância da cruz doadora nessa época do ano onde a ênfase está nas trocas! Abraços!

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    1. Obrigado querido.
      Minha prece é para que possamos todos nos achegar à cruz e aprender as lições cristãs de renúncia e doação que nos devem fazer semelhantes ao Cristo que nasceu naquela noite natalina.
      Abr

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