Chegando ao final do ano, as casas
e a cidade vão ficando enfeitadas, a agitação e as expectativas de festas,
celebrações e comemorações já são bem vívidas.
Também é momento de reavaliações, projetos e reafirmações. Isso sem falar nos presentes, lembranças,
ceias e tudo o mais... Natal é sempre
assim!
Mas prefiro a páscoa! Não tenho nada contra a festa natalina; ela
também é bonita e gostosa. Mas meu
espírito cristão se inclina em especial para a festa pascoal.
Se me permite, acompanhe comigo.
Que a festa de Natal não é
originalmente cristã, isso é verdade. Os
cristãos primitivos nem sequer citavam tal celebração e somente muito tempo
depois tais festividades foram incorporadas ao calendário litúrgico cristão. Mas não creio que seja este o problema. Assim como as pessoas, as celebrações
nascidas pagãs podem se tornar cristãs pela força transformadora do evangelho –
e eu creio piamente nisto! (já leu Rm
12:2 nesta perspectiva?).
No Natal se celebra o nascimento
virginal de Cristo, a encarnação, o cumprimento de profecias antiquíssimas. Isso também não pode ser o problema, pelo
contrário, é bom saber que no seu tempo Deus cumpriu sua palavra (veja Gl 4:4)
e, afinal, o Deus-feito-homem é o centro de nossa história e isso só foi
possível com o evento de Belém.
Paralelamente festejamos no Natal
a união, a fraternidade e o companheirismo entre mulheres e homens e entre os
povos. É claro que tal espírito coincide
profundamente com a mensagem cristã, e isso é válido! (como é significativo Jo
17:22).
Então, onde reside o ponto da
preferência? Veja o que o Natal me evoca,
como sentimento associado (seria o tal espírito natalino?): troca,
reciprocidade, cumplicidade; mas também opulência, prosperidade, grandiosidade
e sucesso. Nesta época sobressaem as
grandes campanhas publicitárias, as imagens iluminadas, as mesas fartamente
recheadas e decoradas, os presentes comprados e os sorrisos encomendados – isso
sem falar na neve que meus olhos nordestinos insistem em estranhar!
Por outro lado, a Páscoa sempre me
traz à memória a renúncia, a entrega apaixonada pelos que precisam da graça e
nada têm a oferecer. Natal é nascimento,
Páscoa é morte. Natal é berço, Páscoa é
cruz. Natal é expectativa, Páscoa é
realização. Natal é cristão, Páscoa é
mais cristão ainda. Natal é festa da
humanidade, Páscoa é serviço cristão.
Sim, o Natal é lindo, mas eu
prefiro a Páscoa. Não vou me aborrecer
com a festa ou com quem, a partir dela, celebra (e penso que até vou comer
alguma ceia por aí); mas deixe-me preferir o sacrifício único do meu amado e
lembrar que a todo instante do meu ano (e da minha vida), sem o Calvário, a
estrebaria seria só mais uma data entre tantas outras a se incluir em nosso
calendário de celebrações.
Celebro o Natal: com os anjos
canto as boas novas glorificando a Deus (o louvor dos anjos está em Lc 2:14);
mas prefiro a páscoa celebrando-a com os anciãos na eternidade: "digno é o
Cordeiro que foi morto de receber poder, riqueza, sabedoria, força, honra,
glória e louvor!" (lá em Ap 5:12).
E convido a todos a celebrar comigo.
(Publicado originalmente em
www.batistasdesergipe.com em dez/2009)
MUITO BOM! VOUMANDAR PARAS AS MINHAS IRMÃS E IRMÃOS DA NOSSA IGREJA.
ResponderExcluirPR. RENATO
Excelente reflexâo, pastor Jabes! Gratidão pelo conteúdo e por mostrar a importância da cruz doadora nessa época do ano onde a ênfase está nas trocas! Abraços!
ResponderExcluirObrigado querido.
ExcluirMinha prece é para que possamos todos nos achegar à cruz e aprender as lições cristãs de renúncia e doação que nos devem fazer semelhantes ao Cristo que nasceu naquela noite natalina.
Abr